Quarto dia do mês.
Até
o Carnaval, eu boto a vida em ordem.
Treze horas e vinte minutos.
Intervalo pro almoço, finalmente!
Um buraco na calçada.
40 centímetros de
frente e 20 de profundidade.
Dois segundos de distração.
2 míseros segundos
e tudo muda. Rebobina a fita, por favor!
Um tornozelo torcido.
Virou uma bola de pingue-pongue. Tô ficando tonta...
Dois joelhos doloridos, uma das mãos ferida.
Podia ter sido só
isso.
Duas mulheres solidárias.
Deu vontade de
chorar. Não pela dor, por gratidão.
Um copo de água e uma bolsa de gelo.
Remédios pra tudo. Quase tudo...
Doze reais para o táxi.
Menos 1 hora de
curso.
Duas horas na emergência.
Menos 3 horas de
curso. Menos 200 reais no bolso.
Três radiografias, um laudo.
Quero ir pra casa!
Quinze dias com bota ortopédica.
Até a
Páscoa, eu boto a vida em ordem...
3 comentários:
Oh, Ana, que buraco grande, e que tropeço na vida! Fique boa logo, aproveite mesmo para ter carinhos, atenções, e escreva mais. Nós é que ganhamos com seu texto! Beijo!
Obrigada pelo incentivo,Angela. Beijo.
Também isso passa. Se deixa algo, que seja instrutivo.
Dia 29 de novembro caí da moto a 45 km/h. Tombo muito besta. Fui coçar nariz, errei na mão, apertei demais no freio dianteiro, escorreguei, caí. Toda a sequência não levou mais que quatro segundos. Ao tentar levantar, a pisada fez os ossos do pé direito entrarem entre tíbia e fíbula, que partidas, abiram a pinça na altura do tornozelo. Cabeça do rádio do cotovelo esquerdo também espatifado - de novo, como do primeiro tombo de moto. Três meses com parafusos, cadeiras de rodas e muletas. Moto vendida, 34 anos de 'carreira' motociclística encerrada. Cosas de la vida. Também isso passa.
Que já esteja tudo bem e sem botas ortopédicas, Ana Beatriz!
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