Gente se encontra na esquina.
Eu, você, várias Marias,
Hopper, Chico e
Djavan,
seu José da
padaria,
a nonna da
velha cantina
Gente se encontra na esquina.
Chega com os
próprios pés, na volta da oficina,
pega o carro,
chama um Uber,
ou desce daquele
busão,
ronco, freada,
buzina.
Gente se encontra na esquina.
Em pé, do lado de
fora, na mesa há pouco montada,
papeando no
balcão,
olhando tudo de
cima, da sacada barulhenta,
gritando pra
multidão.
Gente se encontra na esquina.
Ficha redonda no
bolso pra logo chamar Carolina
Iphone por perto
dos olhos, checando o novo recado.
Vai um ovo
colorido? Um churrasquinho de gato?
Um pingado de
café, cerveja como rotina
No torto quadrado das ruas,
voejam modos e
medos, circulam milhares de sonhos,
que se embaraçam
nos fios,
e se revelam aos
poucos, num jogo de luz e sombra
Vê se me esquece, babaca!
Gente se encontra na esquina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário